OPERAÇÕES DA 38ª COMPANHIA DE COMANDOS
TEIXEIRA PINTO
38ª COMPANHIA DE COMANDOS
4 de Novembro 1972 a 3 de
Fevereiro 1973
Relato feito a partir das
memórias do Capitão Comando Pinto Ferreira
Uma nova Guiné iríamos encontrar.
Havia esperança no ar.
A actuação da 35ª CC e do seu valente capitão tinha empurrado a
guerrilha para zonas mais afastadas na região de Coboiana Churo.
Zonas onde o inimigo estava a procurar instalar-se como nas
penínsulas do Balenguerez e de Pijame tinham sido “limpas”.
Infelizmente o Capitão foi gravemente ferido e teve que deixar o
TO com reflexos negativos na actividade operacional da
companhia.
Teixeira Pinto, hoje Canchungo, capital do Chão Manjaco era uma
povoação agradável, em que despontava uma longa avenida com duas
faixas de rodagem com separador central, ladeada por uma série
de casas comerciais e vários locais onde se podia comer e beber.
Até um cine-teatro existia.
No início fui encontrar um bracarense aqui estabelecido e logo
iniciamos uma sólida amizade que ainda se mantém.
O clima muito mais apropriado ao europeu do que nas zonas onde
tínhamos estado para além de permitir a cultura de vegetais
importantes na nossa alimentação, tirava-nos de cima aquela
sensação de peso que em Mansoa e Gampará sentíamos a toda a
hora.
Foi pois com essa sensação de início de um novo ciclo mais
promissor que fizemos a nossa instalação.
Em breve íamos ver que as aparências iludem pois horas amargas
iríamos aqui passar perdendo bons companheiros em duas ocasiões
que adiante relatarei.
Recordo o dia da chegada da companhia ou pelo menos da tomada da
primeira refeição no refeitório devido a um insólito
acontecimento: um engraçadinho da 35 descortinou num poilão que
existia em frente ao refeitório, um grande cacho de abelhas
africanas, famosas pelos seus ataques a tudo quanto se mova,
sensivelmente pela hora de se iniciar o almoço resolveu a tiro
ou à pedrada desfazer tão harmoniosa colecção.
Foi o bom e o bonito quando tocou para o rancho.
Os militares das duas companhias desprevenidos quanto à presença
de tão incómodos meios aéreos eram surpreendidos no seu percurso
para o almoço por ferozes ataques feitos em voo picado sobre
todos os passantes.
Foi difícil atingir o refeitório mas todos almoçaram.
Vejamos o que “reza” a história oficial sobre a actividade
operacional nestas terras do “Kurica”
Ler descrição: Operação "Jamanta"
O resto do mês de Novembro e
todo o mês de Dezembro foi passado em operações de rotina nas
zonas que a oeste circundavam a Coboiana sem factos ou acções
relevantes que a minha memória tenha guardado.
O Natal de 72
E chegamos ao Natal.
Tirando eu e os 2 sargentos do Quadro ninguém mais tinha passado
por esta experiência de passar o Natal em zona de Guerra.
Recebemos ordens do nosso Comando Operacional (CAOP 2) para na
noite de Natal termos um grupo de combate em operações e que a
celebração da festividade se faria com a companhia completa no
dia 25 de Dezembro.
Assim se definiu e foi o 3º grupo o escolhido para passar a
noite fora.
Como não podia deixar de ser acompanhei o grupo numa missão que
à partida não era de especial risco mas na Guiné era como no
futebol não havia partidas ganhas antes do jogo se efectuar.
Pois esta foi a noite de Natal que nunca mais esqueci apesar de
ter tido outras igualmente penosas, em Angola, fora da família
mas esta não vou esquecer nunca até porque tenho tido várias
ocasiões para recordar aquelas 24 horas de mata.
Pelo que se tinha passado logo no princípio da comissão com o
ataque sofrido ainda na fase operacional, as noites na mata na
Guiné foram sempre encaradas com especial respeito.
Não pelo facto de se possibilitar o combate à noite para isso
estávamos preparados mas por não termos possibilidades de ter
connosco o nosso principal aliado, o vector aéreo. Assim durante
a noite estava normalmente fora de questão a possibilidade de
termos evacuações por via aérea ou mesmo qualquer outro tipo de
apoio aéreo porque simplesmente de noite por princípio os meios
aéreos não voavam.
Portanto à noite estávamos por nossa conta e risco e o melhor
que podíamos ter era apoio de fogos de artilharia caso
estivéssemos dentro do alcance da mesma.
Depois de almoço partimos em coluna auto até ao local de “
lançamento” escoltados por 2 grupos da companhia.
No local determinado sobre a estrada Teixeira Pinto-Cacheu
deixamos as viaturas e iniciamos a progressão apeada em direcção
à Península de Burné, área com nome a cheirar a mares do Sul,
mas cuja origem penso estar mais ligada ao Banco Burnay do que
aquelas paragens longínquas. Esta era uma península que
confinava com uma bolanha ligada directamente à península da
Coboiana que ainda não conhecíamos, mas já lá tínhamos passado
perto em 20 Novembro e sabíamos estar cheia de guerrilheiros
apesar do seu reduzido tamanho de 4x2kms.
Era pois com tão inospitaleiros vizinhos que iríamos passar a
consoada. A zona que percorremos era densamente arborizada ou
pelo menos foi por este tipo de trajecto que optei pois tinha a
consciência da protecção que as zonas arborizadas nos
proporcionavam.
Todavia o inimigo desconfiou que estávamos na zona pois os tiros
balizadores da nossa progressão foram-se ouvindo durante toda a
tarde, porem à noite cessaram.
Quando anoiteceu tomamos as medidas inerentes, depois de
trincadas as conservas da ração que correspondiam ao nosso
jantar.
Durante a noite fizemos várias mudanças de local de
estacionamento, não fosse o inimigo resolver lançar os “
foguetes” da missa do galo para cima da nossa posição.
Tudo feito no maior dos silêncios como mandavam as regas da
táctica e da técnica de combate.
À meia-noite, estávamos dentro de uma mata fechada, sei lá
talvez com os pensamentos bem longe dali, comecei a ouvir lá
para a outra ponta do grupo um certo restolho acompanhado de um
certo bichanar do passa palavra, que eu imediatamente mandei
terminar e interroguei a que se devia.
Porem o barulho teimava em terminar o que me estava a enfurecer
pois sabia como se poderia pagar caro uma possibilidade da nossa
localização por parte do inimigo.
Nisto o elemento que estava ao meu lado tocou-me nas costas e
disse-me: meu capitão os nossos furriéis mandam-lhe isto e
desejam-lhe boas festas.
Confesso que não estava nada à espera daquele pormenor (detalhe
em Espanhol), nas minhas mãos nozes, pinhões, bolo-rei e penso
que até um pouco de vinho fino.
Claro que já passaram mais de quarenta anos mas pode-se esquecer
esta situação? A noite continuou sem incidências e de manhã
progredimos até ao local onde seriamos recolhidos pelas viaturas.
À hora do almoço tivemos a nossa consoada.
Ementa bacalhau e cabrito.
O refeitório da companhia cheio, connosco o Comando do CAOP 2
que fez questão de estar presente em tão significativa data.
O facto de apenas um grupo ter passado a noite na mata e de a
celebração do Natal ter acontecido no almoço do dia Santo,
permitiu atenuar as naturais saudades e sentimentos que nesses
momentos nos envolvem.
Teixeira Pinto - Operação "Ao Churro" - Dezembro 1972
Furriel Correia, Nogueira, Silva, Carvalho, e Vieira.
Aproveito aqui para contar um episódio que neste contexto
recordo por se ter passado com um dos elementos mais respeitados
da companhia, o Cabo Simão.
Pelo trajecto de vida que tinha cumprido até então, o 1º cabo
Simão já então com cerca de 27 anos de idade era uma referência
pelo seu passado vivido nas Legiões Estrangeiras, primeiro na
Espanhola e mais tarde na Francesa.
Natural da zona de Rio Maior aos 17 anos tentou entrar
voluntariamente para os pára-quedistas para resolver o problema
da prestação do serviço militar uma preocupação de todos os
jovens portugueses pois na altura dos vinte anos tinham que
cumprir um tempo de serviço militar sempre para cima de dois
anos boa parte deles na Guerra do Ultramar.
Sem esta prestação ao País ninguém estava pronto para iniciar a
vida activa num emprego, pois as entidades empregadoras não
gostavam de recrutar quem ainda não tinha as obrigações
militares cumpridas.
Recusada a hipótese dos Paras pois a admissão para estas forças
só se fazia a partir dos 18 anos o cabo Simão atravessou a salto
a fronteira e acabou por se alistar na legião espanhola.
Aí cumpriu serviço no Sara Espanhol.
Por alguma razão passou a fronteira outra vez e alistou-se na
legião estrangeira Francesa onde cumpriu serviço no conflito do
Chade.
Nestas andanças conheceu uma senhora alemã que lhe deu uma filha.
Face a esta situação resolve regressar a Portugal, para que
mulher e filha conheçam a terra e a família, mas o problema do
serviço militar não o permite pois é considerado desertor.
Não tem outro meio senão voltar ao País e sujeitar-se à lei o
que o obriga a cumprir o serviço militar no nosso Pais.
É assim que se apresenta às autoridades militares e se
voluntariza para os Comandos vindo a ser integrado na nossa
companhia.
O seu passado impressionava pois chegara a sargento da Legião
Francesa.
Também o seu aspecto e capacidade física.
Alto e forte, carregava durante uma operação, uma metralhadora
MG_42, que pesava bem uns 15 quilos e ainda alombava com meio
cunhete de munições 7,62 nas fitas da metralhadora, que eram
mais quinze quilos.
Pois este homem endurecido por longa permanência em corpos de
elite com nome a nível mundial, no dia de Natal ou no dia
seguinte veio ter comigo e a chorar abraçou-me e soluçando foi
dizendo: meeeuu capitãoooo o senhooor foi para a mata na noite
de Natal com o 3º grupo … com esta pequena frase quis dizer tudo
o que lhe ia na alma.
Infelizmente terei que voltar a falar no Simão e no seu fim
trágico juntamente com mais dois militares da companhia.
Ler descrição: Operação "Jovenca"
Teixeira Pinto - 12 de Janeiro
1973 - Visita do Senhor General Com. Chefe das FA da GUINÉ,
António de Spinola ao CAOP-1, onde no seu discurso dirigiu
palavras de apreço á 38ª CC.
O DESASTRE DA PONTE ALFERES NUNES
31 de Janeiro 1973
Ponte
Alferes Nunes - Teixeira Pinto - Guiné
Foto:
Luís Graça & Camaradas da Guiné
Era o último dia do mês de Janeiro.
O Irã (divindade gentílica invocada pelo feiticeiros tribais da
Guiné normalmente em santuários situados em locais recônditos
das matas) ia começar a fazer das suas.
Por esta altura foi conhecida a notícia da morte de Amílcar
Cabral o que para nós foi entendido como um revês para o PAIGC e
poderia significar um início dum enfraquecimento do movimento.
Como estávamos enganados.
No horizonte perfilavam-se séria ameaças como iremos ver.
Por norma a grande maioria dos elementos da companhia no dia em
que recebia o pré reunia-se em grupos e jantava num dos vários
restaurantes existentes na avenida principal (e única) de
Teixeira Pinto.
Assim acontecia nesse final de dia.
Eu estava em casa equacionando esta notícia de ter de deixar TP
e seguir para Mansoa daí a dias o que implicava deixar a casa
que aqui tinha alugado.
"...
O que me entretinha foi interrompido por um frenético bater à
porta indicador de uma emergência que estava a acontecer...."
O que me entretinha foi interrompido por um frenético bater à
porta indicador de uma emergência que estava a acontecer.
Aflito o portador da noticia anunciou-me: “ meu capitão a
companhia africana do Bachile vem aí e temos que os parar na
Ponte Alferes Nunes”.
Face aos acontecimentos que se tinham desenrolado nessa tarde ao
redor de um malfadado campeonato de futebol entre militares de
várias unidades de Teixeira Pinto e arredores adivinhei do que
se tratava.
Saltei para o Jeep já com o equipamento de combate, dirigi-me à
companhia para organizar uma força para rapidamente atingir a
zona onde havia hipóteses de travar o movimento dos militares
negros da CCaç Africana e impedi-los de chegarem à Vila.
Concretamente o que acontecera foi que durante um jogo entre os
militares do Bachile e uma companhia europeia num caso do jogo
houve mosquitos por cordas o que levou o Comandante do CAOP a
intervir (no que teve o apoio de elementos da 38CC) e a dar
ordem de prisão a dois homens da CCaç Africana.
Os restantes elementos da equipa voltaram normalmente para o
Bachile onde contaram o que se passou ao restante pessoal e daí
a passarem a vias de facto foi um instante.
Deixando para trás os quadros europeus da companhia, embarcaram
em viaturas e tomaram o caminho de Teixeira Pinto no intuito de
libertarem os camaradas que tinham sido detidos.
O comandante de companhia vendo que nada podia fazer comunicou
ao CAOP que imediatamente tentou minimizar o incidente.
Constatei que todo o mundo excepto o pessoal de serviço estava
fora a jantar.
Mesmo assim consegui arranjar três Unimogs e a toda a velocidade
passei pelos restaurantes e mandei embarcar o pessoal enquanto
lhes explicava o que se passava.
Nas mesas ficaram os bifes, os ovos e as batatas fritas que
infelizmente já não seriam comidos.
O tempo foi do pessoal ir à caserna buscar o equipamento de
combate e o armamento pois tínhamos que ir para a Ponte Alferes
Nunes para onde já tinha partido sozinho num Jeep o Comandante
do CAOP.
Nessa noite deu-me mais uma lição do que é um Comandante.
O pessoal logo que teve consigo armamento e equipamento saltou
para as viaturas que partiram com a lotação excedida.
A urgência não permitiu que fosse passada revista e que o
pessoal fosse transportado de acordo com as normas que
cumpríamos à risca na companhia.
Eu, sabedor que o Coronel ia na frente só, dava tudo por tudo
para apanhá-lo, pois a zona era de actuação activa do PAIGC e
uma emboscada a uma viatura isolada era perfeitamente plausível.
Voamos pelos escassos quilómetros que nos separavam da ponte.
Aí chegado o Comandante já me aguardava dando-me de seguida
ordens para dispor o pessoal de forma a barrar qualquer
tentativa de cruzar a ponte.
Logo que viu que as forças estavam postadas, de forma repentina
e em tom que não admitia qualquer réplica disse-me:” fique aqui
com os seus homens que eu vou ter com os gajos” e de seguida
meteu-se no Jeep sozinho e zarpou ponte fora, rumo ao Bachile.
Temerário, um verdadeiro chefe, arrancou sem cuidar de qualquer
segurança aí foi ele enfrentar o perigo que tanto podia vir de
uma emboscada do PAIGC como da turma africana desgovernada que
deixara no quartel os seus graduados metropolitanos e de moto
próprio de aprestava para ir a Teixeira Pinto libertar os presos.
Não sei o que se passou no encontro do Comandante com os
soldados africanos da companhia do Bachile.
Creio que o comandante que não era de grandes falas nem do
género de escrever memórias alguma vez o tenha revelado a alguém.
Passado um bom bocado o Jeep apareceu do outro lado da ponte e
parou junto a mim.
O Comandante disse-me: “Pinto Ferreira, o assunto está resolvido
os gajos já regressaram ao quartel.
Pode mandar regressar a sua malta.” Bufei de alívio pois
tínhamos acabado de ultrapassar uma situação que poderia ser
muito delicada.
Dei ordens para voltarmos a TP e certamente o pessoal recordou-se
dos bifes e preparou-se para voltar às mesas que tão rapidamente
tinha abandonado.
Mas estava escrito que não seria assim.
Não sei se foi o Irã da Coboiana mas a desgraça abateu-se sobre
nós.
"...
A uns cem metros do local onde eu estava com o Comandante, os
Unimogs estavam a acabar de recolher os militares, quando uma,
duas explosões e uma série de tiros me fizeram concentrar a
atenção nas viaturas...."
A uns cem metros do local onde eu estava com o Comandante, os
Unimogs estavam a acabar de recolher os militares, quando uma,
duas explosões e uma série de tiros me fizeram concentrar a
atenção nas viaturas.
Vi o clarão das explosões e as chamas dos tiros pois já tinha
escurecido.
Com os meus botões e fechos éclairs pensei: agora que nos
tínhamos livre de uma é que os “turras” resolveram vir atacar.
Já voo no Jeep para me inteirar da situação.
As explosões e tiros tão depressa tinham acontecido como tinham
cessado.
Chegado ao local o choque foi total.
Exceptuando dois, todo o pessoal que estava em cima de um Unimog
tinha sido apanhado pelas explosões.
Eram treze.
Um jazia morto com uma perna decepada quase junto à anca, era o
1º Cabo Comando Barreira.
Dois estavam gravemente feridos e viriam a falecer nessa
madrugada.
Um deles era o Simão.
Os restantes tinham ferimentos de maior ou menor gravidade.
Da nossa percepção deu para entender que uma granada de mão se
descavilhara e dera origem aquela tragédia.
"...
Por razões operacionais usávamos as cavilhas das granadas de mão
não totalmente abertas, para que em caso de necessidade não
acontecesse surgir alguma dificuldade para tirar a cavilha da
granada (aliás como era ensinado e treinado na instrução comando)...."
Por razões operacionais usávamos as cavilhas das granadas de mão
não totalmente abertas, para que em caso de necessidade não
acontecesse surgir alguma dificuldade para tirar a cavilha da
granada (aliás como era ensinado e treinado na instrução comando).
Pelo facto do 1º Cabo Barreiras apresentar a perna separada do
corpo, deduzimos ser ele o portador da granada (normalmente
dentro do porta granadas que estaria agarrado à perna).
Vários elementos do grupo transportavam a tiracolo fitas de
metralhadora ligeira e é possível que uma munição tenha agarrado
a argola da cavilha e esta se tenha soltado. Foi esta a
interpretação dos factos mas ao certo não sabemos.
Organizou-se uma evacuação rápida para TP.
O Comandante seguiu à frente a grande velocidade e do CAOP
entrou em contacto com Bissau e conseguiu aquilo que era quase
impossível, pôs 7 Do-27 a aterrar na pista de Teixeira Pinto
para o efeito iluminada com uma improvisada iluminação.
Infelizmente os cuidados médicos proporcionados ao Simão e ao
Soldado Comando Franco não foram suficientes para os recuperar.
Todos os outros foram evacuados nessa madrugada para o Hospital
Militar de Bissau.
Duma assentada perdíamos um grupo de combate.
A generosidade, a camaradagem a total disponibilidade de que
todos tinham acabado de fazer prova dera-nos esta tragédia.
Mais três vidas se extinguiram.
De todos tínhamos muito a esperar.
Há anos no cemitério de Rio Maior tive ocasião junto à campa do
1º Cabo Simão e na presença dos seus familiares, recordar estes
factos e salientar como eles nos marcaram.
O Comandante mais uma vez deu provas do seu real valor. Só ele
poderia levantar a Base Aérea e pôr no ar todos aqueles meios.
Num Natal passado por motivo da presença em Portugal, vindo dos
EUA, do Furriel Comando Mário Rui de Carvalho da nossa companhia,
brilhante jornalista internacional, reunimos em Lisboa, um
pequeno grupo de elementos da 38CC num almoço de recordações em
que evocamos as mais diversas situações.
Dias depois soube que
nessa mesma data certamente perto do local onde estávamos (Sede
da Associação de Comandos) o Comandante partira para a sua
última viagem.
Será que sabia que estávamos ali para também lhe render uma
última homenagem?
4 dias após o infausto acontecimento da Ponte Alferes Nunes
marchamos para Mansoa.
1º
Cabo CMD
José Joaquim Teixeira Simão
1º Cabo CMD
Luis Manuel de Oliveira Barreiras
Soldado CMD
Cecilio Manuel Ferreira Franco
Continuação: Mansoa 2 e Operação Guidage