CONVÍVIOS
38ª Companhia de Comandos — "Os
Leopardos"
Mensagem do Sr. General CMD
Victor Ferreira, CMDT da 38ªCCmds, sobre o nosso recente
convivio.
Victor Ferreira
A Redacção
A chuva bate forte no telhado. Protegido pelas recordações de
muitas noites em claro passadas entre chuvas diluvianas e
algumas vezes sob a ameaça das armas inimigas, revejo todo
caudal de emoções que mais uma comunhão com antigos e sempre
companheiros acabara de viver. Alguém sob apontar que tínhamos
junto várias gerações de Comandos desde um elemento dos
primeiros Grupos (Os Apaches) passando por membros de diferentes
Companhias, até elementos das gerações actuais que como os
veteranos de ontem, se dispõem a servir Portugal nos Comandos.
Honraram-nos com a sua presença dois membros da Ordem da Torre e
Espada com quem nos ligam laços especiais, o Coronel Tirocinado
Cmd Raul Socorro Folques, nosso Comandante de Batalhão na Guiné
e o Tenente Coronel Cmd Isaías Pires, de quem recebi muito para
a minha formação, através do seu constante exemplo de excelente
instrutor e reconhecido combatente. Presente ainda o Tenente
Coronel Cmd Tó Neves verdadeiro símbolo de estoicismo e
abnegação cuja força moral é exemplo para todos os Comandos.
O local começa a tornar-se mítico e a rivalizar com a Tabanca do
Bucelas, surgindo já com o epiteto de Tabanca do Seabra. Mais
uma vez o nosso anfitrião que saudamos com amizade, relembrando-me
do longínquo ano de 1970 (?) em que tivemos o privilégio de o
ter como instruendo.
A todos cumprimentei, fincando bem determinadas presenças pelo
que significam de força e determinação dados os delicados
problemas de saúde que têm enfrentado. Um momento de reflexão
recordando os que nos deixaram e que nos legaram um historial de
realizações que não deixamos esquecer. Neste caso citei aquilo
que já conseguimos através do website da 38ªCC e aquilo com que
nos propomos agora: a publicação do livro correspondente.
Terminamos o acto com a parte mais significativa e emocional
deste convivio que foi a condecoração do Comando Amilcar Mendez.
Uma história da redacção para o meu neto, passada dois dias
antes, serviu de mote para recordar como foi que os Leopardos
iniciaram e se aprofundaram nos difíceis trabalhos de combater
um Inimigo forte e poderoso e que deu mais valor aos combates
que travamos. Sim nós que lá estivemos sabemos bem que muitas
medalhas ficaram por determinar o peito jovem ou a urna que
deviam honrar entre os quási 250 elementos que connosco deram o
melhor dos seus verdes anos nas bolanhas e matas da Guiné,
malhas que o Império tece (?)
Orgulho-me de ter tido entre eles o Comando Amilcar Mendez, Alma
de muito do que agora nos liga, há mais de quarenta anos que um
dia num quartel da Capital, ele e outros veteranos da 38ªCC
deixaram para trás a porta de armas levando na mão o documento
atestador do cumprimento do seu dever com a Pátria, mas não
deixaram de continuar imbuídos de sentimentos, de valores que as
memórias, os encontros, fazem questão de realçar ….
Obrigado Leopardos.
Mama Sumae